Em tempos de alta velocidade na transmissão de dados e imagens, preservar a história tornou-se um gesto de consciência e responsabilidade. A memória institucional é uma bússola valiosa: ela guia decisões futuras, fortalece a identidade coletiva e nos conecta com às raízes de onde viemos. Por isso, cabe tanto às instituições públicas quanto às privadas o dever de zelar por seu patrimônio, físico, digital e simbólico.
Na Câmara de Maringá, esse zelo pela memória é praticado todos os dias. Desde a instalação do Legislativo municipal, em 14 de dezembro de 1952, cada folha redigida foi cuidadosamente preservada. O acervo físico da Seção de Arquivo reúne mais de 4.000 encadernações com leis e projetos analisados pelos vereadores ao longo das décadas. Todo esse sistema de organização e pesquisa foi idealizado e estruturado pelo servidor José Carlos de Andrade, hoje aposentado, que teve papel fundamental na criação e manutenção desse patrimônio documental. Seu trabalho dedicado e meticuloso foi essencial para que a Câmara chegasse ao nível de organização e preservação que tem hoje. A instituição expressa seu profundo reconhecimento e agradecimento pelos relevantes serviços prestados. A partir de 2016, os documentos passaram a ser armazenados digitalmente no Sistema Eletrônico de Informações (SEI), ampliando ainda mais o acesso e a preservação da história legislativa de Maringá.
Com isso, o acesso ficou mais prático. Segundo Antonio Mendes, o Toninho, chefe da Seção de Arquivo há 35 anos e servidor do Legislativo há 46, os atendimentos presenciais praticamente deixaram de existir.
“É preciso ter boa memória e organização para lidar com tantos dados no SAPL, o Sistema de Apoio ao Processo Legislativo. É dele que surgem os novos projetos e são definidas as pautas das sessões ordinárias”, explica Toninho, com a tranquilidade de quem tem a história na ponta dos dedos.
Mais que um cargo, ele carrega uma paixão pela memória do Legislativo. Recorda com carinho da época em que as pautas eram impressas em mimeógrafo e dos dias em que atravessava a cidade com pastas recheadas de projetos já aprovados, para análise do Executivo.
E se hoje temos a TV Câmara, com qualidade de som e imagem, nem sempre foi assim. Antes de 2012, as sessões eram gravadas com fitas magnéticas, por meio de um equipamento grande instalado ao lado do plenário. “As fitas só podiam ser reutilizadas depois que a ata era redigida. Depois passamos a usar fitas VHS, que também eram reaproveitadas por falta de espaço para armazená-las”, relembra.
Mas uma história não se constrói sozinha. Ao lado de Toninho, está uma equipe comprometida com a preservação e a modernização do acervo. Eduardo e Denise também são fundamentais nesse processo. Com dedicação, carinho e atenção aos detalhes, são eles os responsáveis pelas pesquisas de projetos solicitados pelos vereadores, além da inserção de requerimentos, projetos de lei, portarias, indicações e diversos outros documentos no sistema. Seu trabalho diário garante que as informações estejam organizadas, atualizadas e acessíveis, contribuindo diretamente para o funcionamento transparente e eficiente da Câmara de Maringá.
O futuro da memória institucional
Com o olhar voltado para a inovação e a transparência, a Câmara de Maringá segue investindo em tecnologia e integração de sistemas. Uma equipe de servidores está empenhada em criar mecanismos que permitam a comunicação entre o SAPL e o SEI, ampliando o acesso à informação e otimizando os processos internos.
Como destaca Toninho, a meta é clara: tornar as rotinas mais ágeis, os dados mais acessíveis e a Câmara ainda mais próxima da população.