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Uso da Tribuna: Igualdade de gênero e criação de políticas de esporte para mulheres
Assessoria de Imprensa - CMM 17/06/2025

A convite da vereadora professora Ana Lúcia, a doutora Giovanna Xavier de Moura subiu à tribuna, na sessão ordinária desta terça-feira (17), para falar sobre a importância da igualdade de gênero e da criação de políticas de esporte para mulheres. Giovanna é pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Políticas Públicas de Esporte e Lazer da UEM e do Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da UFPR.


No Brasil, segundo dados apresentados pela pesquisadora, 89,4% das mulheres são sedentárias; 46% abandonam o esporte porque ouviram que não possuem o corpo certo; 54% abandonam o esporte porque ouviram que não são boas o suficiente; 49% desistem por medo da masculinização; 70% acreditam que o esporte não é um lugar para elas; e 74% afirmam que não sentem incentivadas à prática esportiva.


Giovanna lembrou que a proibição da participação das mulheres dentro do esporte tinha respaldo legislativo em 1941, como em deliberações de 1965 e 1979 e 1983, e apenas em 1986 que a Recomendação do Conselho Nacional do Esporte reconheceu a necessidade do incentivo das mulheres para prática esportiva.


Apesar das dificuldades, a pesquisadora lembrou que há o crescimento no esporte feminino com o aumento de patrocínio, parceria, vendas de merchandising e receitas de torneios pré-temporada.


“Os esportes com categorias femininas são uma indústria bilionária com um potencial de investimento muito grande desde 2022. No últimos quatro anos tivemos um crescimento de investimento de mais de 240% e as empresas tiveram um retorno muito maior do que aquele investimento inicial”, ressaltou.


Por fim, a pesquisadora lembrou de algumas legislações pioneiras que apresentaram a busca por paridade no esporte, como a dos Estados Unidos, em 1971, que proíbe a discriminação com base no sexo em programas educacionais que recebem financiamento federal e que auxiliou os EUA a se tornarem potência em Jogos Olímpicos.


Giovanna destacou a importância de investimento e de legislações municipais como de outras cidades brasileiras, à exemplo de Regeneração, Piauí, que contou com grande retorno financeiro nos últimos anos.


A vereadora professora Ana Lúcia também apresentou alguns números que mostram a desigualdade e ressaltou que as mulheres compõem 52,7 % da população brasileira e “está na hora dessa existência paritária se concretizar também em todos os espaços”.


“A presença das mulheres no mundo dos esportes é muito distinta, não é igualitária, seja em presença, número de atletas e valorização. Desde cedo, as meninas enfrentam desincentivos da prática esportiva. O Data Senado revelou que muitas vivem experiências precoces de desigualdade e recebem menos apoio familiar, principalmente no esporte de alto rendimento. No profissional a diferença se amplia: apenas 4 % da cobertura de notícias esportivas mundial é dedicada ao esporte feminino, segundo a Unesco, e cerca de 30 % das principais competições mundiais, as atletas recebem prêmios inferiores aos homens”.


A parlamentar lembrou de algumas conquistas como a Lei Estadual 21871/2024 que determina que todo evento esportivo apoiado pelo Estado ofereça a premiação igualitária para homens e mulheres, e mais recentemente, no âmbito Federal, o projeto de lei 321 de 2021, aprovado em 2024, pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado que proíbe o uso de recursos públicos para eventos que não garantam paridade entre atletas masculinos e femininos.


“Não basta apenas permitir que as mulheres participam; é preciso premiar, investir e promover com o mesmo vigor, visibilidade e retorno financeiro” afirmou a vereadora.



Igualdade de gênero e criação de políticas de esporte para mulheres