Hoje, 26 de julho, é comemorado o Dia da Recepcionista, data que homenageia esses profissionais que atuam com atenção e empatia na linha de frente do atendimento
A atenção e a empatia são características essenciais para quem trabalha na recepção de um órgão público. Na Câmara de Maringá, esse cuidado com o público faz parte da rotina há 72 anos.
A diversidade e o volume de visitantes transformam a recepção no primeiro “filtro” antes de encaminhá-los ao setor responsável ou a outro local onde possam resolver sua demanda.
“Antigamente, era mais difícil porque havia menos funcionários e não existia a estrutura de assistência social do município como hoje”, relembra Velson Ribeiro Neves, primeiro porteiro concursado do Legislativo. Ele cita como exemplo a criação do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e do Centro Pop, que hoje atendem parte das demandas que antes chegavam diretamente à Câmara.
Atualmente, Neves coordena o Setor de Recepção e Segurança da Câmara, que conta com quatro profissionais na portaria e seis na vigilância, atuando dia e noite, sete dias por semana. Cerca de 80% da equipe está há quase 30 anos no serviço público, prestes a se aposentar.
Com tamanha experiência, esses profissionais conseguem, na maioria das vezes, identificar quando o cidadão procura a Câmara com demandas que não são atribuições dos vereadores, como doações, encaminhamentos para consultas ou solicitações de serviços ligados ao Poder Executivo.
No passado, a Câmara contava com um setor específico para esse tipo de atendimento. Às 8 horas da manhã, já havia fila na porta. As solicitações variavam desde uma simples foto 3x4 para emissão de documentos até pedidos de liberação para cirurgias.
“Havia até um fotógrafo disponível durante todo o expediente. A demanda era tão grande que no estúdio havia um paletó para quem precisasse tirar a foto 3x4. Isso foi se extinguindo com a criação de leis e serviços específicos para a população em situação de vulnerabilidade, além da melhora nas condições socioeconômicas da cidade. É isso que observo ao longo dos meus anos aqui”, comenta Neves.
Como reflexo dessa evolução, nota-se também o crescimento na qualificação da população e dos próprios vereadores. Isso é resultado de maior acesso à educação formal, impulsionado pela instalação de instituições de ensino superior, cursos técnicos e programas como o Bolsa Família e o Prouni (Programa Universidade para Todos).
A tecnologia, viabilizada justamente por essa melhoria educacional, também contribuiu para a diminuição do número de pessoas que procuram fisicamente os gabinetes dos vereadores. Hoje, o contato pode ser feito por redes sociais ou aplicativos de mensagens.
Ainda assim, há funções que sempre serão presenciais, como cuidar dos “achados e perdidos”. Óculos, guarda-chuvas, carteiras e chaves esquecidos continuam aparecendo, fruto do fluxo constante de servidores e visitantes.
Neste ponto, a tecnologia novamente se alia ao trabalho das recepções, com o uso de câmeras de vigilância que ajudam a identificar pessoas e localizar objetos perdidos. Em breve, esse recurso será instalado também no Anexo do Legislativo, onde funcionam alguns gabinetes.
Em resumo, a qualidade no atendimento à comunidade avança com o apoio da tecnologia, mas nada substitui o olhar humano, a escuta atenta e o preparo dos profissionais da recepção, cuja importância celebramos hoje, Dia da Recepcionista, 26 de julho.