O vereador Mário Hossokawa se manifestou, nesta quinta-feira (23), sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou seu afastamento temporário da presidência da Casa Legislativa.
Em entrevista, Mário Hossokawa afirmou que respeita a decisão judicial e que cumprirá integralmente o afastamento, enfatizando seu compromisso com a transparência e o respeito à Constituição.
Mario Hossokawa também destacou que, por se tratar de uma liminar, a decisão não é definitiva, e que o processo segue em curso. Ele garantiu que continuará a atuar em benefício da cidade e aguardará o julgamento final para que a situação seja regularizada.
Leia a entrevista com o vereador Mário Hossokawa
1) Senhor Mário, todos já sabem o que está acontecendo em relação à decisão do STF. O que todos querem saber é: o que vai acontecer a partir de agora?
Mario Hossokawa: Bom, eu penso que muitas pessoas ainda não sabem exatamente o que está acontecendo. Nós tivemos a eleição da Mesa Executiva no dia 1º de janeiro, quando eu, na condição de vereador mais idoso, dei posse a todos os vereadores. Na sequência, ocorreu a eleição da Mesa Executiva. Essa eleição transcorreu de forma natural, dentro da legalidade e da lei. Não houve qualquer tipo de ilegalidade em relação à eleição da Mesa Executiva, especialmente no que diz respeito à minha eleição como presidente da Casa. Entre os 23 vereadores que votaram, eu obtive 21 votos. A maioria dos vereadores me escolheu para ser o presidente da Casa. Contudo, o ex-vereador e ex-deputado Homero Marchese, do Partido Novo, entrou com um mandado de segurança para tentar impedir minha candidatura à presidência da Câmara. Primeiramente, ele tentou na primeira instância, mas o pedido foi indeferido. Ele recorreu ao Tribunal de Justiça, onde, novamente, foi indeferido. Insatisfeito, ele recorreu ao Supremo Tribunal Federal, onde conseguiu uma liminar suspendendo temporariamente a minha função como presidente da Câmara.
Logicamente, respeitamos a decisão da Justiça, especialmente do Supremo Tribunal Federal. Por isso, nos afastamos imediatamente, como determinado. O cargo foi assumido pelo primeiro vice-presidente, o vereador Sidnei Telles, enquanto nossos advogados trabalham para derrubar essa liminar, já que não houve qualquer ilegalidade ou irregularidade na minha eleição. Sempre atuei com transparência e respeito à legislação, e continuo fazendo o mesmo nesta situação. No entanto, enfrento uma perseguição constante por parte deste deputado e do seu partido, que tentam, de todas as formas, me desestabilizar.
Apesar disso, tenho a consciência tranquila. Nunca fiz nada de errado. Sempre agi de forma correta como presidente da Casa, com respeito ao dinheiro público. Tanto é que fui eleito tantas vezes, tanto pelos vereadores quanto pela população, estando no meu oitavo mandato como vereador. Ninguém conquista oito mandatos sem trabalhar de forma correta. Além disso, fui eleito presidente da Câmara sete vezes, o que é um reconhecimento dos vereadores.
2) Essa decisão provisória pode durar quanto tempo?
Mario Hossokawa: Agora, em relação ao prazo para essa decisão do Supremo, é difícil prever. Uma liminar é uma medida provisória e pode ser derrubada a qualquer momento: em um dia, uma semana, ou até mais. Não há um prazo fixo para que o ministro Gilmar Mendes analise o recurso que apresentamos. Portanto, seguimos aguardando.
3)Todas as ações que o senhor teve como presidente, desde o dia de primeiro de Janeiro, vai haver alguma mudança?
Mario Hossokawa: Sobre as ações que tomei como presidente desde o dia 1º de janeiro, não haverá mudanças. Tudo foi feito de forma legal. Após ser eleito presidente, eu dei posse ao prefeito municipal, que tomou diversas atitudes, como nomeações de secretários, superintendentes e diretores. Assim como eu, na presidência, nomeei meus assessores e os cargos comissionados. Todos já estão trabalhando desde o dia 2 de janeiro. Já tivemos sessões extraordinárias e a eleição dos membros das comissões permanentes, que deram pareceres sobre alterações no Regimento Interno. Tudo foi realizado dentro da legalidade e segue validado.
4) Qual a mensagem que o senhor quer deixar para a população de Maringá?
Mario Hossokawa: Por fim, gostaria de deixar uma mensagem para a população de Maringá, independentemente de quem votou em mim ou não: ao longo desses 40 anos de vida pública, sempre tive respeito pela população. Trabalhei para que nossa cidade se tornasse essa maravilha que temos hoje.
Desde 2009, quando assumi pela primeira vez a presidência da Câmara, começamos a devolver dinheiro para prefeitura do orçamento da Câmara, antes não acontecia isso, então, durante esse período todo até o final do ano passado, já tínhamos devolvido mais de R$ 30 milhões de reais, que a Câmara deixou de gastar, quando tinha direito de gastar. Só no ano de 2024, nós devolvemos cerca de R$ 25 milhões de reais para a prefeitura.
Se Deus quiser, quando eu retornar à presidência, vamos continuar devolvendo recursos para que sejam aplicados na segurança, saúde e educação. Maringá pode ficar tranquila, pois meu compromisso com a transparência e a honestidade permanece. Se assim não fosse, eu não estaria no meu oitavo mandato e nem teria sido eleito presidente da Câmara por sete vezes. A confiança da população e dos vereadores é o maior reconhecimento do meu trabalho por nossa cidade.